A ressurreição de Cristo tem – como já se depreende – rico significado redentor.

1) A Nossa Regeneração: Pela regeneração Deus infunde em nós uma nova disposição que nos conduz, sob a influência do Espírito, em direção à vontade de Deus, em uma santa e prazerosa obediência. A ressurreição de Cristo é o fundamento de nossa regeneração (1Pe 1.3). “Quando Jesus ressurgiu dos mortos tinha uma nova qualidade de vida, uma ‘vida ressurreta’ em um corpo e em um espírito humanos perfeitamente adequados à comunhão e à obediência eterna a Deus. Em sua ressurreição, Jesus obteve para nós uma nova vida semelhante à sua. (…) Assim é por meio de sua ressurreição que Cristo conquistou-nos o novo tipo de vida que recebemos quando ‘nascemos de novo’”. (Ef 2.5-6; Cl 3.1).

2) A Nossa Justificação: A morte de Cristo foi para expiar os nossos pecados; e, a ressurreição assegura de forma eterna e efetiva a nossa justificação (Rm 4.25; 8.33-34; 1Co 15.17). A morte e a ressurreição se completam num ato salvador (Rm 5.9-10). A morte de Cristo só teria valor remidor se ele ressuscitasse – como de fato ressuscitou – visto que a sua morte sem ressurreição indicaria apenas a sua condenação. Como poderia um condenado justificar alguém? A ressurreição de Cristo é sinal da nossa justificação; nela temos a declaração de nossa absolvição (Rm 4.25). “A ressurreição de Cristo tinha como seu propósito trazer à luz o fato de que todos os que reconhecem Jesus como seu Senhor e Salvador têm entrado num estado de justiça aos olhos de Deus o Pai; ao ressuscitar a Jesus dentre os mortos, nos assegura que o sacrifício expiatório foi aceito; daí, nossos pecados são perdoados”. A Confissão de Westminster, discorrendo sobre a justificação, fala sobre o que chamo de fases da mesma: Deus, desde toda a eternidade, decretou justificar todos os eleitos; e Cristo, no cumprimento do tempo, morreu pelos pecados deles e ressuscitou para a justificação deles; contudo, eles não são justificados até que o Espírito Santo, no tempo próprio e de fato, comunica-lhes Cristo.

3) O Perdão de nossos pecados: Visto que a justificação consiste em Deus perdoar os nossos pecados considerando e aceitando-nos como justos pelos méritos de Cristo. Sem a ressurreição, não haveria perdão; por isso, Paulo diz que: “Se Cristo não ressuscitou (…) ainda permaneceis nos vossos pecados” (1Co 15.17). A ressurreição assinala que há perdão para todos os que pela graça crêem em Cristo.

4) O Sentido da nossa fé: A ressurreição de Cristo dá sentido à nossa fé. Se Cristo não tivesse ressuscitado, a nossa fé, por mais intensa que fosse, estaria fundamentada numa mentira; por isso, tudo o que temos estudado seria nulo. Neste caso, a fé teria apenas valor como fé; seria fé na fé, não no fato histórico da ressurreição. Todavia, conforme nos ensinam as Escrituras, o Senhor ressuscitou, sendo este fato o cerne da nossa fé (1Co 15.14,17,20; Rm 10.9,10). A fé bíblica adquire significado a partir de seu alvo. A fé por si só não se auto-referenda.

(Extraído do livro Creio: no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Hermisten Maia Pereira da Costa, pp. 369-371. Editora Fiel)

Por: Rev. Hermisten M. P. Costa

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