É desejo de Deus que tenhamos alegria. Deus nos ordena em sua Palavra: “Alegrai-vos no Senhor!” (Fp 4:4). Aliás, a alegria no Senhor é alvo de diversos estímulos bíblicos. Somos convidados a nos alegrar porque “grandes coisas fez o Senhor por nós” (Sl 126:3), pelo “dia que o Senhor fez” (Sl 118:24), pois “a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8:10) e porque Ele é o Deus “da minha salvação” (Hc 3:18).

Aqueles que se alegram no Senhor são os “retos de coração” (Sl 32:11), lembram-se do “seu santo nome” (Sl 97:12), reconhecem a sua bondade (Jl 2:23) e sinceramente “buscam ao Senhor” (1 Cr 16:10). A verdadeira alegria é um dos nossos grandes privilégios e um dos nossos grandes desafios. E o oposto da alegria em Cristo não é simplesmente a tristeza, mas o descontentamento.

Enganoso é o coração. Conseguimos experimentar descontentamento mesmo vivendo debaixo da abundante graça de Deus. Em meio à fartura, nos descontentamos pelo que ainda não temos. Cobertos de afirmações e elogios, nos chateamos com uma pequena crítica. Alvos da constante graça de Deus, nos revoltamos por uma oração ainda não respondida. Imersos em incontáveis bênçãos, nos abatemos por aquela não recebida. É da nossa natureza caída abraçar o descontentamento, mesmo em meio à insuperável graça e abundantes motivos de alegria. Alegrar-se no Senhor é um ato de adoração. Não é resultado de um mero sentimento, mas do reconhecimento da sua bondade. Trata-se de enxergar que a presença do Eterno é suficiente e que nenhuma tragédia da vida superará a sua graça.

Alegrar-se no Senhor é um exercício de fé, pois é resultado da confiança em Deus, que pode todas as coisas. À medida que creio, me alegro, pois sou tomado por uma profunda convicção de que Ele tudo pode; que sua graça é infinita e real; que no meio da provação existe um propósito maior que é cuidadosamente desenhado por Ele. A alegria no Senhor ataca a ansiedade, direcionando para Deus as expectativas do nosso coração e fazendo repousar a nossa alma. À medida que creio, vejo a alegria combater a ansiedade e dar lugar ao descanso. Ansiedade é preocupar-se com tragédias que possivelmente jamais acontecerão. Alegria é sentir-se abraçado por Deus, em lugar amoroso e seguro, mesmo se a tragédia vier. A Palavra nos orienta a buscarmos a alegria e não andarmos ansiosos (Fp 4: 4,6). O roteiro é definido para orar e suplicar ao Senhor, com os corações gratos (v.6). Assim, o resultado será a profunda “paz que excede todo o entendimento”, a qual “guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (v.7).

O cuidado que precisamos nos atentar é com os nossos pensamentos. É preciso que nossos pensamentos sejam ocupados apenas pelo que é verdadeiro, respeitável, justo, puro e amável. E por aquilo que tenha virtude e louvor (v.8). O que deixamos entrar e fazer morada em nossos pensamentos pode promover a ansiedade ou fazer brotar a paz. Que Deus nos dê mais discernimento sobre aquilo que alimentamos em nossas mentes e corações – para a sua glória e a nossa alegria.

Por: Rev. Ronaldo Lidório

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