Rev. Luis Roberto Navarro Avellar

Idolatria é um dos temas mais tratados nas Escrituras. Embora a noção de idolatria esteja associada a criação e adoração de imagens, as Escrituras descrevem a idolatria como um problema do coração do homem. Todo ser humano é um adorador. A questão fundamental é: A quem ele adora? Em quem ele busca seu prazer?

Rob Green escreveu corretamente: “Idolatria é simplesmente valorizar alguém ou alguma coisa mais do que agradar e honrar a Cristo (Cl 1.15-18, 1 Co 10.31). Os crentes são advertidos em Gálatas 5 a não serem idólatras e as citações do Antigo Testamento e alusões à nação de Israel e da idolatria estão em praticamente todos os livros do Novo Testamento. Quando se vê a idolatria por este prisma, então teríamos de admitir que a idolatria é comum, na verdade – muito mais comum em nossas vidas do que gostaríamos de admitir”.

Ken Sande escreve: “Em termos bíblicos, um ídolo é alguma outra coisa, que não Deus, na qual empregamos nosso coração (Lc 12.29, 1 Co 10.6), que nos motiva (1 Co 4.5), que nos controla ou governa (Sl 119.133), ou a qual servimos (Mt 6.24)”.

Como Richard Keyes salienta, idolatria é extremamente sutil e penetrante: “Toda sorte de coisas são ídolos em potencial, dependendo somente, das nossas atitudes e ações concernentes a elas… Idolatria pode não envolver negações explícitas da existência de Deus ou de Seu caráter. Ela pode vir também, na forma de um afeto excessivo a algo que é, em si mesmo, perfeitamente lícito… Um ídolo pode ser um objeto físico, uma propriedade, uma pessoa, uma atividade, uma posição, uma instituição, uma esperança, uma imagem, uma ideia, um prazer, um herói, qualquer coisa que possa substituir Deus”.

O Senhor Jesus, ao ser questionado por um escriba acerca de qual era o principal dos mandamentos, respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento.” (Mt 22.37-38). Você quer saber se possuí algum ídolo no coração?

Pergunte a si mesmo: Será que amo a Deus com tudo o que sou, ou haverá outros amores em meu coração que exigem minha atenção? Será que adoro outros deuses, ou Deus é sempre, em todas as situações, o Senhor supremo que recebe minha paixão e devoção exclusivas?

Lembremo-nos de 1 João 5.21: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.”

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Texto publicado no boletim da Igreja Presbiteriana de Jundiaí de 12/1/2014.
Ilustração: A Adoração do Bezerro de Ouro, de Andrea di Leone (1610–1685)

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