Rev. Hernandes Dias Lopes

Está chegando a hora de exercemos o nosso sagrado direito de escolher os nossos representantes. Votar é delegar a alguém o direito legítimo de nos representar. Mas, como escolher com responsabilidade? Qual é o perfil de um candidato digno do nosso voto?

Em primeiro lugar, é alguém que tem vocação política. O reformador João Calvino disse que “não se deve pôr em dúvida que o poder civil é uma vocação, não somente santa e legítima diante de Deus, mas também mui sacrossanta e honrosa entre todas as vocações”. A Bíblia diz que a autoridade constituída procede de Deus e é ministro de Deus para promover o bem e coibir o mal. Nenhum candidato deveria merecer o nosso voto sem que primeiro apresente evidências da sua vocação política.

Em segundo lugar, é alguém que tem preparo intelectual e sabedoria. Um candidato digno do nosso voto precisa ser preparado intelectualmente. Precisa ter independência para pensar, avaliar e decidir. Precisa conhecer as leis, os trâmites, os meandros do poder, as potencialidades da nação, as necessidades do povo, as prioridades sociais. Um político preparado não pode ser um refém nas mãos dos espertalhões. Não basta, entretanto, ter apenas conhecimento, é preciso também ter sabedoria. Sabedoria é usar o conhecimento para o bem e não para o mal. Sabedoria é tomar decisões compatíveis com os princípios e os valores absolutos estabelecidos pelo próprio Deus em favor do povo.

Em terceiro lugar, é alguém que tem um caráter incorruptível. Temos assistido, com espanto, o naufrágio moral de muitos caciques da política brasileira. Não poucos sucumbem diante do suborno e vendem sua consciência e a própria honra da nação. Há aqueles que são verdadeiros dráculas, deixando a nação anêmica, empanturrando-se do sangue daqueles que lutam bravamente para sobreviver. Se quisermos conhecer um bom político, precisamos examinar o seu passado. O político digno do nosso voto é aquele que ama mais o povo do que a si mesmo, que pensa mais no bem do povo do que no seu próprio bem-estar. É alguém movido pelo combustível do idealismo e do altruísmo e não pelo veneno da ganância insaciável.

Em quarto lugar, é alguém capaz de vislumbrar soluções para problemas aparentemente insolúveis. O verdadeiro político é uma pessoa de visão. Enxerga os vastos horizontes por sobre os ombros dos gigantes. Discerne o seu tempo, vislumbra o futuro e o traz para o presente, deixando sua marca na história. Nestas próximas eleições precisamos adotar três atitudes. Primeiro, devemos escolher os nossos representantes pela têmpera de seu caráter, pela história de sua vida e de suas lutas e não pela demagogia de suas promessas. Segundo, devemos fiscalizar os atos daqueles que foram eleitos. Terceiro, devemos orar a Deus pelos eleitos para que sejam íntegros e fiéis no exercício do seu mandato.
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Texto publicado no boletim da Igreja Presbiteriana de Jundiaí de 28/09/2014.

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