Você já passou pela dolorosa experiência de quebrar um osso? Ou, talvez ainda mais angustiante, já viu uma criança quebrando um osso? Como seres humanos com um certo conhecimento, somos capazes de entender porque nossos corpos doem e o que os médicos estão tentando realizar. Para uma criança pequena, no entanto, a dor física pode agravar-se com a dor da confusão e do desconhecimento. “Por que meu corpo se sente assim?

Quanto tempo esta dor durará? Que máquina é essa pela qual eu tenho que passar? Por que eles estão colocando um gesso no meu corpo?” Da mesma forma, muitos de nós lutamos com confusão e falta de familiaridade quando sentimos dor espiritual. Independente da idade ou de quanto tempo caminhamos com o Senhor, reconhecer, aceitar e depois se regozijar por causa da graça desconfortável e violenta, não é algo natural. O que é a graça desconfortável e violenta? Davi escreve sobre isso no Salmo 51.8 – (…) e os ossos que esmagaste exultarão.

É uma frase curiosa. Ossos esmagados e alegria não parecem estar lado a lado. Nós, certamente, não comemoramos quando quebramos nossos corpos. Davi, porém, está usando a agonia dos ossos quebrados como uma metáfora para a angústia que ele sente em seu coração quando vê o seu pecado pelo que é. Essa dor desconfortável e violenta é algo bom. Vale a pena ser grato pela dor física de um osso quebrado de verdade, pois é

um sinal de aviso de que algo está errado naquele braço ou perna. Da mesma forma, o amoroso martelo de condenação de Deus foi feito para partir o seu coração, e a dor do coração que você sente tem a intenção de alertá-lo para o fato de que algo está espiritualmente errado dentro de você. Assim como o sinal de alerta da dor física, a dor resgatadora e restauradora da graça que condena é algo que vale a pena comemorar.

Todos nós temos uma insistente capacidade de nos sentirmos confortáveis ​​com o que Deus diz que é errado, por isso Ele nos abençoa com uma graça incômoda e violenta. Sim, ele nos ama o suficiente para nos esmagar, para que possamos sentir a dor do nosso pecado e correr para Ele em busca de perdão e libertação. Assim como as crianças pequenas precisam ser ensinadas sobre a anatomia de seu corpo, o papel de um médico e o propósito de um raio X quando quebram um osso, é bom nós nos lembrarmos da teologia da desconfortável e violenta graça.

Nosso relacionamento com o Senhor nunca é outra coisa senão um relacionamento de graça. É a graça que nos trouxe para a Sua família, é a graça que nos mantém nela, e é a graça que nos manterá nela para sempre. A graça que Deus esbanja, porém, nem sempre é confortável. E isso acontece pois ele não trabalha principalmente para o nosso conforto; ele está trabalhando o nosso caráter.

Por: Paul Tripp

  IP Jundiai

CategoryArtigos, Pastoral
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